Chico Xavier

 

 

http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/25099/Chico-Xavier-e-eleito-o-maior-brasileiro-de-todos-os-tempos.html

 

Chico Xavier vence e é eleito O Maior Brasileiro de Todos os Tempos por 71,4% da votação popular no dia do aniversário de Allan Kardec, 3 de Outubro de 2012 !

 

A grande final de O Maior Brasileiro de Todos os tempos aconteceu na noite desta quarta, 03/10/2012, na sede do SBT, em São Paulo. Após encerrada a votação, o jornalista Carlos Nascimento anunciou Chico Xavier como o grande vencedor da competição.

 

Representado por Saulo Gomes, o ícone espírita obteve 71,4% dos votos do público pela internet e via SMS.

 

Chico Xavier sempre foi considerado um mensageiro do amor. Um homem sereno e humilde que tocou o espírito de seus seguidores. Com apenas 21 anos, psicografou o primeiro livro. Logo viriam mais publicações, os elogios e as críticas. Durante toda a sua vida, ele teve que lidar com acusações e desconfianças dos descrentes na sua obra. Sua mensagem chegou a milhões de pessoas. Muitos são os relatos de vidas transformadas através das suas palavras.

 

 

 

 

Curiosidades

 

• Chico Xavier venceu Ayrton Senna na fase semifinal do programa, com 63,8% dos votos.

 

• Sempre usava óculos escuros porque sofria de um tipo de catarata que não tinha cura.

 

• Aos 4 anos, Chico Xavier dizia que via espíritos. O pai pensou que o menino estava com o “demônio no corpo”.

 

O primeiro livro de Chico Xavier tinha 259 poesias ditadas por 56 poetas mortos, entre eles Olavo Bilac e Castro Alves.

 

• Durante sua vida, Chico Xavier nunca ganhou dinheiro como médium. Trabalhou como operário e foi até datilógrafo.

 

• Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier, já teria vivido como um senador romano, um escravo e até mesmo um padre.

 

• A estréia do filme Chico Xavier ocorreu no mesmo dia em que o médium completaria 100 anos se estivesse vivo.

 

• Mesmo com problemas de saúde, como hérnia de disco e angina, Chico Xavier cumpriu sua missão espírita por toda a vida.

 

• Viajou para os Estados Unidos, em 1965, com intuito de divulgar o espiritismo no exterior.

 

• Tinha uma única vaidade: usava peruca para esconder sua calvície.

 

• Chico Xavier psicografou cerca de 10 mil cartas de desencarnados durante toda sua vida.

 

 

 

 

 

Biografia

 

 

      Chico Xavier foi um dos maiores expoentes do espiritismo no Século XX. Da infância pobre ao reconhecimento internacional, ele nunca pensou nele, e sim, no próximo.  Depois de conhecer seu guia espiritual, Chico levou o dom psicográfico às livrarias. Autores falecidos puderam continuar suas obras através do médium. Foram mais de 400 obras psicografadas e publicadas em diversos idiomas, uma vendagem superior a 50 milhões de exemplares.

 

      Chico Xavier nunca ficou com um centavo do dinheiro arrecadado com as vendas. Toda renda, desde o seu primeiro livro, foi destinada a instituições espíritas e aos seus trabalhos sociais, que ajudou sempre os mais necessitados.

 

      O médium recebeu dezenas de homenagens de várias cidades. Porém, humildemente achava que esta admiração pertencia à doutrina espírita e não a ele. Chico também era uma ponte de conforto para milhares de mães que buscavam nele a esperança de contato com os filhos já mortos. Um trabalho que passou a ter notoriedade graças ao seu empenho e disciplina.

 

 

 

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier

 

Chico Xavier em 1968

Nome completo

Francisco de Paula Cândido (nascimento)

Nascimento

2 de abril de 1910
Pedro Leopoldo, MG

Morte

30 de junho de 2002 (92 anos)
Uberaba, MG

Nacionalidade

Brasileiro

Ocupação

Médium, um dos expoentes do espiritismo no Brasil

      Francisco de Paula Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier (Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002), foi um médium e um dos mais importantes divulgadores do espiritismo no Brasil. Maior brasileiro de todos os tempos, o seu nome de batismo Francisco de Paula Cândido, em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, foi substituído pelo nome paterno de Francisco Cândido Xavier logo que psicografou os primeiros livros, mudança oficializada em abril de 1966, quando chegou da sua segunda viagem aos Estados Unidos.

Índice

 

Primeira infância

Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier, um vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica.?] Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles.

Os abusos da madrinha

A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob a alegação de que o "menino tinha o diabo no corpo".

Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade. O menino viu-a após uma prece, junto à sombra de uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava-lhe "paciência, resignação e fé em Jesus".

A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira, que consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a imposição, Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que o aconselhou a "lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a simpatia "não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha", esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se encarregariam da cura da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.

A madrasta

O seu pai casou-se novamente e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a trabalhar vendendo os legumes da horta da casa.

Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco continuaram a causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário, afirmou ter visto um homem, que lhe ditou as composições escolares, mas ninguém lhe deu crédito e a própria professora não se importou. Uma redação sua ganhou menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do centenário da Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos colegas, que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a vida. Desafiado a provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia, tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito.

A madrasta Cidália pediu a Francisco que consultasse o espírito da falecida mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho que, posto em prática, levou ao fim dos furtos. Assustado com a mediunidade do jovem, o seu pai cogitou em interná-lo.

O padre Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a internação, tratando-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as fantasias) e a colocá-lo no trabalho. Francisco, então, ingressou como operário em uma fábrica de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida.

No ano de 1924, terminou o antigo curso primário e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.

 

 

O contato com a doutrina espírita

Em 1927, então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco iniciou-se no estudo do espiritismo.

No mês de maio desse mesmo ano, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de Allan Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade de seu irmão. Em julho, por orientação dos espíritos benfeitores, iniciou-se na prática da psicografia, escrevendo dezessete páginas. Nos quatro anos subsequentes, aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente tenha ganho maior clareza em finais de 1931.

Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em 1928, começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.[8]

 

 

As primeiras obras

Em 1931, em Pedro Leopoldo, iniciou a psicografia da obra Parnaso de Além-Túmulo. Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual Emmanuel, "...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO MAIOR, 1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina".

Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publius Lentulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do Brasil.

Em 1932, foi publicado o Parnaso de Além-Túmulo pela Federação Espírita Brasileira (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos críticos.

Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Nesse período, inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda nesse período, descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou pelo resto da vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para tratar-se com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer privilégios dos espíritos.

Continuou com o seu emprego de escrevente-datilógrafo na Fazenda Modelo da Inspetoria Regional do Serviço de Fomento da Produção Animal, iniciado em 1935 e a exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do Além. O administrador da fazenda era o engenheiro agrônomo Rômulo Joviano, também espírita, que além de conseguir o emprego para Chico, o ajudava a ter a paz necessária para os trabalhos de psicografia, além de acompanhar as sessões do Centro Luiz Gonzaga, do qual se tornaria presidente. Foi justamente no período em que psicografava nos porões da casa de Joviano que foi escrita uma de suas maiores obras, intitulada Paulo e Estevão.[9]. Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e distinções, que perdurará por toda a vida, como por exemplo a de Fred Figner, que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB.

Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas que tentavam desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda dizia que inimigos espirituais buscavam atingi-lo com fluidos negativos e tentações. Souto Maior relata uma tentativa de "linchamento pelos espíritos", bem como um episódio em que jovens nuas tentam o médium em sua banheira. Observe-se que ambos os episódios contêm aspectos narrativos comuns à chamada "prova", comum em histórias de santidade.

 

O processo da viúva de Humberto de Campos

No decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Essa última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou por essa via direitos autorais pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor maranhense.

A defesa do médium foi suportada pela FEB e resultou, posteriormente, no clássico A Psicografia Perante os Tribunais, do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição de o tribunal se pronunciar sobre a existência ou não da mediunidade. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo pseudônimo Irmão X.

Nesse período, Francisco ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no Ministério da Agricultura. Vale salientar que, em toda a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao serviço.

 

Nosso Lar

Ver artigo principal: Nosso Lar

Ver artigo principal: Nosso Lar (filme)

Em 1943, vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance Nosso Lar, o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de 2010 se tornou um filme. Esse é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é atribuída ao espírito André Luiz.

Nesse período, a celebridade de Chico Xavier é crescente e cada vez mais pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia". (MACHADO, 1996:53).

 

O caso Amauri Pena

Ver artigo principal: Amauri Pena

Em 1958, o médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como falso médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes de alcoolismo e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde veio a falecer.

 

A parceria com Waldo Vieira

No mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo Vieira, em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois. Em 1959, estabeleceu residência em Uberaba, onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a década de 1960, como o sexo, as drogas, a questão da juventude, a tecnologia, as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos. Nesse período, popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.

Em 22 de maio de 1965,[10] Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome de The World of The Spirits.

 

As entrevistas no programa televisivo Pinga-Fogo

Ver artigo principal: Pinga-Fogo

No alvorecer da década de 1970, Chico participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência. Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões, passou a sofrer de angina. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.

 

As décadas de 1980 e 1990

Em 1981, foi proposto para o Prêmio Nobel da Paz, que não ganhou. Nesse período, a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas. Ao final da década de 1990, o médium contava com mais de quatrocentos títulos de livros psicografados. Nesse período, estimava-se em aproximadamente cinquenta milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos quais quinze milhões eram atribuídos a Chico Xavier e doze milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).

No ano de 1994, o tablóide estadunidense National Examiner publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário".[11] A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista Manchete[12], com o título de Secretário dos Fantasmas, onde se declarava que, segundo informava a National Examiner, o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas".

A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo que Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados.[13]

O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de Souza, editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava utilizar os direitos autorais e a remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier para uso da caridade, o mesmo se passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente, visando a tornar o livro espírita bastante acessível e a contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita".[13]

O mesmo Presidente da FEB, em 4 de outubro daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial, apresentou uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe. No documento, as entidades representativas do espiritismo no Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do espiritismo, à orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes".[14]

 

Falecimento

“'Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.'

— Chico Xavier

O médium faleceu aos 92 anos de idade, em decorrência de parada cardiorrespiratória, no dia 30 de junho do ano de 2002, mesma data da morte de Chacrinha. Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para morrer em um dia em que os brasileiros estivessem muito felizes e em que o país estivesse em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol daquele ano, no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de nove horas depois da partida Brasil x Alemanha).

 

Homenagens

No ano 2000, Chico foi eleito o mineiro do século XX, seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, em um concurso realizado pela Rede Globo Minas, com 704.030 votos.

Recentemente, iniciou-se na cidade de Uberaba a construção de um Memorial em sua homenagem.[16]

Atualmente, no programa O Maior Brasileiro de Todos os Tempos, transmitido pelo SBT, foi eleito, por voto popular, como um dos 12 maiores brasileiros de todos os tempos. Sendo assim passou para a próxima etapa (02/08/2012), onde na disputa com Irmã Dulce em uma fase eliminatória, venceu com 50,5% dos votos. Na semifinal do programa, disputou com Ayrton Senna, venceu com 63,8% dos votos. Na final do programa, Chico disputou com Santos Dumont e Princesa Isabel, sendo eleito, pelo voto popular, "o maior brasileiro de todos os tempos", com 71,4% dos votos.

 

Filme biográfico

Em 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou Chico Xavier - O Filme[17], baseado na biografia As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, Chico Xavier é retratado pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antônio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975.

[editar] Psicografias

Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito Emmanuel.

Chico Xavier psicografou 451 livros, sendo 39 publicados após a morte.[18] Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.[4] Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.[19] Vendeu mais de cinquenta milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco e braile. Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famílias.[18] Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade desde o primeiro livro.[7][20]

Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira, Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira. Mesmo não tendo ensino completo, ele escrevia em torno de seis livros por ano, dentre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias etc. É o escritor mais lido da América Latina (nota: ano de 2010).

Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a poetas mortos, dentre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932.[4] O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi Nosso Lar, publicado no ano de 1944, atualmente com mais de dois milhões de cópias vendidas [21], atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de dezessete obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira.

Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz, que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de 1979, na cidade de Goiânia, Goiás. Assim, o presumido espírito de Maurício teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.[22]

 

Acusações de fraude

Durante décadas, Chico produziu cartas psicografadas para pais e mães que o procuravam para ter notícias de seus filhos no além. Segundo um estudo de 1990 da Associação Médico-Espírita de São Paulo, nomes de parentes apareciam em 93 por cento das cartas e 35 por cento delas tinham assinaturas semelhantes às dos falecidos. Sempre havia citações que davam impressão de familiaridade aos leitores a quem eram dirigidas.

A fonte dessas informações sempre esteve sob suspeita. Alega-se que funcionários do centro espírita conversavam com os presentes antes das psicografias e que Chico entrevistava previamente as pessoas que o procuravam em busca de contato com os espiritos dos mortos[carece de fontes?]. Mesmo assim eram tidas como legítimas pelos familiares, e chegaram a ser usadas como provas em três julgamentos.

Além das cartas, houve a polêmica com os muitos livros de poesia e prosa que Chico produziu em nome de espíritos de escritores famosos do Brasil, como Olavo Bilac e Castro Alves. Chico só estudou até a quarta série primária, mas era leitor voraz e tinha uma biblioteca com quinhentos livros de autores diversos[carece de fontes?], inclusive em inglês, francês e hebraico. Colecionava também cadernos com recortes de textos e poesias, notadamente dos autores espirituais que o procuravam.

O verdadeiro escândalo veio quando Amauri Pena Xavier, sobrinho de Chico, disse poder imitar as psicografias dele e acusou o tio de ser um impostor. Depois, sentindo-se culpado, retirou a acusação.

Durante transes mediúnicos, eletroencefalogramas do médium mostraram que ele apresentava características comuns da epilepsia, mas clinicamente Chico Xavier nunca foi epiléptico.[23]

 

Principais obras psicografadas

Ver página anexa: Lista de livros psicografados por Chico Xavier

Ano

Obra

Autor espiritual

Editora

Notas

1932

Parnaso de Além-Túmulo

Vários autores

FEB

Primeira obra publicada

1937

Crônicas de Além-Túmulo

Humberto de Campos

FEB

Primeira obra pelo espírito Humberto de Campos

1938

Emmanuel

Emmanuel

FEB

Primeiro obra pelo espírito Emmanuel

1938

Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho

Humberto de Campos

FEB

Tiragem de 202.000 exemplares

1939

A Caminho da Luz

Emmanuel

FEB

Tiragem de 263.000 exemplares

1939

Há Dois Mil Anos

Emmanuel

FEB

Tiragem de 435.000 exemplares

1940

Cinquenta Anos Depois

Emmanuel

FEB

Tiragem de 317.000 exemplares

1941

O Consolador

Emmanuel

FEB

Tiragem de 218.000 exemplares

1942

Paulo e Estevão

Emmanuel

FEB

Tiragem de 420.000 exemplares

1942

Renúncia

Emmanuel

FEB

Tiragem de 311.000 exemplares

1944

Nosso Lar

André Luiz

FEB

"Tiragem de 420.000 exemplares"

1944

Os Mensageiros

André Luiz

FEB

Livro mais vendido e traduzido para outras línguas

1945

Missionários da Luz

André Luiz

FEB

Tiragem de 440.000 exemplares

1945

Lázaro Redivivo

Irmão X

FEB

Primeira obra pelo espírito Irmão X, pseudônimo do espírito Humberto de Campos

1946

Obreiros da Vida Eterna

André Luiz

FEB

Tiragem de 290.000 exemplares

1947

Volta Bocage

Bocage

FEB

Livro psicografado com autoria atribuída ao poeta português, Bocage

1948

No Mundo Maior

André Luiz

FEB

Tiragem de 280.000 exemplares

1948

Agenda Cristã

André Luiz

FEB

Tiragem de 470.000 exemplares

1949

Voltei

Irmão Jacob

FEB

Tiragem de 204.000 exemplares

1949

Caminho, Verdade e Vida

Emmanuel

FEB

Tiragem de 216.000 exemplares

1949

Libertação

André Luiz

FEB

Tiragem de 275.000 exemplares

1950

Jesus no Lar

Neio Lúcio

FEB

Tiragem de 290.000 exemplares

1950

Pão Nosso

Emmanuel

FEB

Tiragem de 262.000 exemplares

1952

Vinha de Luz

Emmanuel

FEB

Tiragem de 215.000 exemplares

1952

Roteiro

Emmanuel

FEB

 

1953

Ave, Cristo!

Emmanuel

FEB

Tiragem de 210.000 exemplares

1954

Entre a Terra e o Céu

André Luiz

FEB

Tiragem de 260.000 exemplares

1955

Nos Domínios da Mediunidade

André Luiz

FEB

Tiragem de 313.000 exemplares

1956

Fonte Viva

Emmanuel

FEB

Tiragem de 248.000 exemplares

1957

Ação e Reação

André Luiz

FEB

Tiragem de 255.000 exemplares

1958

Pensamento e Vida

Emmanuel

FEB

 

1959

Evolução em Dois Mundos

André Luiz

FEB

"Tiragem de 216.000 exemplares"

1960

Mecanismos da Mediunidade

André Luiz

FEB

Primeira obra em parceria com o médium Waldo Vieira

1960

Religião dos Espíritos

Emmanuel

FEB

 

1961

O Espírito da Verdade

diversos espíritos

FEB

 

1963

Sexo e Destino

André Luiz

FEB

Tiragem de 262.000 exemplares

1968

E a Vida Continua…

André Luiz

FEB

Tiragem de 314.000 exemplares

1970

Vida e Sexo

Emmanuel

FEB

Tiragem de 240.000 exemplares

1971

Sinal Verde

André Luiz

Comunhão Espírita
Cristã (CEC)

Tiragem de 473.500 exemplares

1977

Companheiro

Emmanuel

Instituto de Difusão
Espírita (IDE)

Tiragem de 223.000 exemplares

1985

Retratos da Vida

Cornélio Pires

IDE/CEC

 

1986

Mediunidade e Sintonia

Emmanuel

CEU

 

1991

Queda e Ascensão da Casa dos Benefícios

Bezerra de Menezes

GER

 

1999

Escada de Luz

diversos espíritos

CEU

Última obra publicada

Referências

  1. a b c Marcel Souto Maior. As Vidas de Chico Xavier. Editora PLaneta. 2003. p.144 ISBN 978-85-7479-574-4
  2. Alexandre Caroli Rocha. A poesia transcendente de Parnaso de alem-tumulo. Visitado em em 10/2/2008.
  3. Hernani Guimarães Andrade. Prefácio Livro: A psicografia à Luz da grafoscopia
  4. a b c d Veja a biografia de Chico Xavier . Folha Online - Acesso a 13 de Julho de 2007
  5. Chico Xavier é eleito o maior brasileiro de todos os tempos. Jornal do SBT Noite (4 de outubro de 2012). Página visitada em 4 de outubro de 2012.
  6. As Vidas de Chico Xavier (pgs. 176 e 179)
  7. a b c Federação Espírita Brasileira (FEB). Texto "Francisco Cândido Xavier - Traços Biográficos". Páginas 01 e 05 em PDF
  8. Martha Mendonça. Chico Xavier e a alma do Brasil. Revista Época, 1 de março de 2010, p. 86.
  9. SOUTO MAIOR, Marcelo. As Vidas de Chico Xavier. 2ª ed. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2003; pág. 65.
  10. As Vidas de Chico Xavier pag.176
  11. Uma livre tradução de: Ghostwriters made novelist a millionaire - onde se nota um trocadilho com o termo, já que "escritor fantasma" - ghostwriter refere-se à pessoa que escreve obra assinada por outrem
  12. Manchete, nº 2234, 28 de janeiro de 1994.
  13. a b Souza, Juvanir Borges de, FEB, Carta do Presidente da FEB a revista Manchete, revista Reformador, ano 113, nº 1993, 109/17, Rio de Janeiro: abril de 1995
  14. Souza, Juvanir Borges de, FEB, Moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier, Revista Reformador, ano 113, nº 2001, 362/14, Rio de Janeiro: dezembro de 1995
  15. Chico Xavier morre em Uberaba aos 92 anos, Folha Online, Acesso a 13 de Julho de 2007
  16. [1]"Um café da manhã reuniu, ontem, os parceiros do Instituto Chico Xavier" JORNAL DE UBERABA 01/07/2008
  17. Site oficial de Chico Xavier - O Filme
  18. a b Martha Mendonça, Chico Xavier e a Alma do Brasil, Revista Época, 01.03.2010, p.92.
  19. Jornal "O Ideal", janeiro de 2000
  20. Revista Época. Artigo "Chico Xavier Superstar". Visto em 14 de julho de 2007
  21. Martha Mendonça, Chico Xavier e a Alma do Brasil, Revista Época, 01.03.2010, p.88
  22. Revista ISTOÉ, em artigo sobre os brasileiros do século na categoria religião. Visto em 14 de julho de 2007.
  23. Isto é - Do outro lado da vida, página acessada em 22 de janeiro de 2012.

Bibliografia

  • BARBOSA, Elias. No mundo de Chico Xavier. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1992.
  • GAMA, Ramiro Lindos casos de Chico Xavier. São Paulo: Lake, 1995.
  • GOMES, Saulo (org.). Pinga-fogo com Chico Xavier. Catanduva (SP): InterVidas, 2009. 256p. fotos. ISBN 978-85-60960-00-2
  • LEWGOY, Bernardo. O Grande Mediador. Chico Xavier e a cultura brasileira. Bauru (SP): EDUSC, 2004.
  • MACHADO, Ubiratan. Chico Xavier, uma vida de amor. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1997.
  • RAMOS, Clóvis. Cinqüenta anos de Parnaso. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1982.
  • RANIERI, R. A.. Chico Xavier, um santo para nossos dias. Rio de Janeiro: Eco, s.d..
  • SCHÜBERT, Suely Caldas. Testemunhos de Chico Xavier. Brasília: Federação Espírita Brasileira, 1986.
  • SOUTO MAIOR, Marcel. As Vidas de Chico Xavier. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
  • TIMPONI, Miguel. A Psicografia Ante os Tribunais. Brasília: Federação Espírita Brasileira, 1984.
  • WORM, Fernando. A ponte, diálogos com Chico Xavier. São Paulo: Lake, 1993.

Ligações externas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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