Chico Xavier
Chico
Xavier vence e é eleito O Maior Brasileiro de Todos os Tempos por 71,4% da
votação popular no dia do aniversário de Allan Kardec, 3
de Outubro de 2012 !
A grande
final de O Maior Brasileiro de Todos os tempos aconteceu na noite desta quarta,
03/10/2012, na sede do SBT,
Representado
por Saulo Gomes, o ícone espírita obteve 71,4% dos votos do público pela
internet e via SMS.
Chico
Xavier sempre foi considerado um mensageiro do amor. Um homem sereno e humilde
que tocou o espírito de seus seguidores. Com apenas 21 anos, psicografou o
primeiro livro. Logo viriam mais publicações, os elogios e as críticas. Durante
toda a sua vida, ele teve que lidar com acusações e desconfianças dos
descrentes na sua obra. Sua mensagem chegou a milhões de pessoas. Muitos são os
relatos de vidas transformadas através das suas palavras.
Curiosidades
• Chico
Xavier venceu Ayrton Senna na fase semifinal do programa, com 63,8% dos votos.
• Sempre
usava óculos escuros porque sofria de um tipo de catarata que não tinha cura.
• Aos 4 anos, Chico Xavier dizia que via espíritos. O pai pensou
que o menino estava com o “demônio no corpo”.
• O primeiro livro de Chico Xavier tinha 259 poesias ditadas
por 56 poetas mortos, entre eles Olavo Bilac e Castro Alves.
• Durante
sua vida, Chico Xavier nunca ganhou
dinheiro como médium. Trabalhou como operário e foi até datilógrafo.
•
Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier, já teria vivido como um senador
romano, um escravo e até mesmo um padre.
• A
estréia do filme Chico Xavier ocorreu no mesmo dia em que o médium completaria
100 anos se estivesse vivo.
• Mesmo
com problemas de saúde, como hérnia de disco e angina, Chico Xavier cumpriu sua
missão espírita por toda a vida.
• Viajou
para os Estados Unidos, em 1965, com intuito de divulgar o espiritismo no
exterior.
• Tinha
uma única vaidade: usava peruca para esconder sua calvície.
• Chico
Xavier psicografou cerca de 10 mil cartas de desencarnados durante toda sua
vida.
Biografia
Chico Xavier foi um dos maiores expoentes
do espiritismo no Século XX. Da infância pobre ao reconhecimento internacional,
ele nunca pensou nele, e sim, no próximo.
Depois de conhecer seu guia espiritual, Chico levou o dom psicográfico
às livrarias. Autores falecidos puderam continuar suas obras através do médium.
Foram mais de 400
obras psicografadas e publicadas em diversos idiomas, uma vendagem superior
a 50 milhões de exemplares.
Chico Xavier nunca ficou com um centavo do dinheiro arrecadado com as vendas.
Toda renda, desde o seu primeiro livro, foi destinada a instituições espíritas
e aos seus trabalhos sociais, que ajudou sempre os mais necessitados.
O médium recebeu dezenas de homenagens de
várias cidades. Porém, humildemente achava que esta admiração pertencia à
doutrina espírita e não a ele. Chico também era uma ponte de conforto para
milhares de mães que buscavam nele a esperança de contato com os filhos já
mortos. Um trabalho que passou a ter notoriedade graças ao seu empenho e
disciplina.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier
Chico Xavier
em 1968 |
|
Nome completo |
Francisco de Paula Cândido (nascimento) |
Nascimento |
2 de abril de 1910 |
Morte |
30 de junho de 2002 (92 anos) |
Nacionalidade |
Brasileiro |
Ocupação |
Médium, um dos expoentes do espiritismo
no Brasil |
Francisco de Paula Cândido
Xavier, mais conhecido como Chico Xavier (Pedro
Leopoldo, 2 de abril de 1910 — Uberaba, 30 de junho de 2002), foi um médium e
um dos mais importantes divulgadores do espiritismo no Brasil. Maior brasileiro
de todos os tempos, o seu nome de batismo Francisco de Paula Cândido, em
homenagem ao santo do dia de seu nascimento, foi substituído pelo nome paterno
de Francisco Cândido Xavier logo que psicografou os primeiros livros,
mudança oficializada em abril de 1966, quando chegou da sua segunda viagem aos
Estados Unidos.
Nascido no seio de uma família humilde, era filho de João Cândido Xavier,
um vendedor de bilhetes de loteria, e de Maria João de Deus, uma dona de casa católica.]
Segundo biógrafos, a mediunidade de Chico teria se manifestado pela primeira
vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências,
durante conversa com uma senhora sobre gravidez. Ele dizia ver e ouvir os
espíritos e conversava com eles.
A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de
criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos
seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita
de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e
batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob
a alegação de que o "menino tinha o diabo no corpo".
Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a
cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o
que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que
tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem se comunicava
desde os cinco anos de idade. O menino viu-a após uma prece, junto à sombra de
uma bananeira no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe
recomendava-lhe "paciência, resignação e fé em Jesus".
A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma
ferida incurável na perna. Rita decidiu seguir a simpatia de uma benzedeira,
que consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras
em jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a
imposição, Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que o
aconselhou a "lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a
simpatia "não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha", esta
sim passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se encarregariam da
cura da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita de Cássia melhorou o
tratamento dado a Francisco.
O seu pai casou-se novamente e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a
reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve
ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado
na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de
manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a
trabalhar vendendo os legumes da horta da casa.
Na escola, como na igreja, as faculdades paranormais de Francisco
continuaram a causar-lhe problemas. Durante uma aula do 4º ano primário,
afirmou ter visto um homem, que lhe ditou as composições escolares, mas ninguém
lhe deu crédito e a própria professora não se importou. Uma redação sua ganhou
menção honrosa num concurso estadual de composições escolares comemorativas do
centenário da Independência do Brasil, em 1922. Enfrentou o ceticismo dos
colegas, que o acusaram de plágio, acusação essa que sofreu durante toda a
vida. Desafiado a provar os seus dons, Francisco submeteu-se ao desafio de
improvisar uma redação (com o auxílio de um espírito) sobre um grão de areia,
tema escolhido ao acaso, o que realizou com êxito.
A madrasta Cidália pediu a Francisco que consultasse o espírito da falecida
mãe dele sobre como evitar que uma vizinha continuasse a furtar hortaliças e
esta lhe disse para torná-la responsável pelo cuidado da horta, conselho que,
posto em prática, levou ao fim dos furtos. Assustado com a mediunidade do
jovem, o seu pai cogitou em interná-lo.
O padre Scarzelli examinou-o e concluiu que seria um erro a internação,
tratando-se apenas de "fantasias de menino". Scarzelli simplesmente
aconselhou a família a restringir-lhe as leituras (tidas como motivo para as
fantasias) e a colocá-lo no trabalho. Francisco, então, ingressou como operário
em uma fábrica de tecidos, onde foi submetido à rigorosa disciplina do trabalho
fabril, que lhe deixou sequelas para o resto da vida.
No ano de 1924, terminou o antigo curso primário e não mais voltou a
estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em
horários extensos. Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e
contrições prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de
conversar com espíritos.
Em 1927, então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta
Cidália e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada
por um processo de obsessão espiritual. Por orientação de um amigo, Francisco
iniciou-se no estudo do espiritismo.
No mês de maio desse mesmo ano, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual
lhe era recomendado o estudo das obras de Allan
Kardec e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz
Gonzaga, em um simples barracão de madeira de propriedade de seu irmão. Em
julho, por orientação dos espíritos benfeitores, iniciou-se na prática da psicografia,
escrevendo dezessete páginas. Nos quatro anos subsequentes, aperfeiçoou essa
capacidade embora, como relata em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, ela somente
tenha ganho maior clareza em finais de 1931.
Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas
falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em 1928, começou a
publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O
Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias,
de Portugal.[8]
Em 1931,
Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec,
mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium
conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publius
Lentulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do
cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, ligado à evangelização do
Brasil.
Em 1932, foi
publicado o Parnaso de Além-Túmulo pela Federação Espírita Brasileira (FEB).
A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e
portugueses, obteve grande repercussão junto à imprensa e à opinião pública brasileira e causou espécie entre
os literatos brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e
a acusação de pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido
escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas
Gerais, que mal completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe
aconselhou-o a não responder aos críticos.
Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Nesse período,
inicia a sua relação com Manuel Quintão e Wantuil de Freitas. Ainda nesse período,
descobriu ser portador de uma catarata ocular, problema que o acompanhou pelo resto da
vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e Bezerra de Menezes, orientam-no para tratar-se
com os recursos da medicina humana e não contar com quaisquer privilégios dos
espíritos.
Continuou com o seu emprego de escrevente-datilógrafo na Fazenda Modelo da
Inspetoria Regional do Serviço de Fomento da Produção Animal, iniciado em 1935 e a exercer as
suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo aos necessitados com
receitas, conselhos e psicografando as obras do Além. O administrador da
fazenda era o engenheiro agrônomo Rômulo Joviano, também espírita,
que além de conseguir o emprego para Chico, o ajudava a ter a paz necessária para
os trabalhos de psicografia, além de acompanhar as sessões do Centro Luiz
Gonzaga, do qual se tornaria presidente. Foi justamente no período em que
psicografava nos porões da casa de Joviano que foi escrita uma de suas maiores
obras, intitulada Paulo e Estevão.[9].
Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e distinções,
que perdurará por toda a vida, como por exemplo a de Fred Figner,
que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB.
Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas que tentavam
desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda dizia que inimigos
espirituais buscavam atingi-lo com fluidos negativos e tentações. Souto Maior
relata uma tentativa de "linchamento pelos espíritos", bem como um
episódio em que jovens nuas tentam o médium em sua banheira. Observe-se que
ambos os episódios contêm aspectos narrativos comuns à chamada
"prova", comum em histórias de santidade.
No decorrer da década de 1930, destacaram-se ainda a publicação dos
romances atribuídos a Emmanuel e da obra Brasil, Coração do Mundo,
Pátria do Evangelho, atribuída ao espírito de Humberto de Campos, onde a história do Brasil é interpretada de forma mítica e teológica. Essa
última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do
escritor, que pleiteou por essa via direitos
autorais pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso
escritor maranhense.
A defesa do médium foi suportada pela FEB e resultou, posteriormente, no
clássico A Psicografia
Perante os Tribunais, do advogado Miguel Timponi. Em sua sentença,
o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida
do autor, não havendo condição de o tribunal se pronunciar sobre a existência
ou não da mediunidade.
Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor
falecido foi substituído pelo pseudônimo
Irmão X.
Nesse período, Francisco ingressou no serviço público federal, como
auxiliar de serviço no Ministério da
Agricultura. Vale salientar que, em toda a sua carreira como funcionário público,
não existe registro de qualquer falta ao serviço.
Ver artigo principal: Nosso Lar
Ver artigo principal: Nosso
Lar (filme)
Em 1943, vem a
público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance Nosso Lar,
o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de 2010 se
tornou um filme. Esse é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é
atribuída ao espírito André Luiz.
Nesse período, a celebridade de Chico Xavier é crescente e cada vez mais
pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena
cidade de Pedro Leopoldo em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido na
miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em
arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse
fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um
mendigo cego doou-lhe toda a féria do dia". (MACHADO, 1996:53).
Ver artigo
principal: Amauri Pena
Em 1958, o
médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das denúncias
de um sobrinho, Amauri Pena, filho da irmã curada de obsessão. O
sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela imprensa como
falso médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico
Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com
antecedentes de alcoolismo e com sérios remorsos pelos danos causados à
reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico
No mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium Waldo
Vieira, em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à
ruptura de ambos, alguns anos depois. Em 1959, estabeleceu residência
em Uberaba,
onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar inúmeras obras,
passando a abordar os temas que marcam a década
de 1960, como o sexo,
as drogas, a
questão da juventude, a tecnologia, as viagens espaciais e outros. Uberaba, por
sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar
diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos.
Nesse período, popularizam-se os livros de "mensagens": cartas
ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as
campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.
Em 22
de maio de 1965,[10]
Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington,
Estados
Unidos, a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim
Salomão Haddad, presidente do centro Christian Spirit Center, e sua
esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro Ideal Espírita, com o nome
de The World of The Spirits.
Ver artigo
principal: Pinga-Fogo
No alvorecer da década de 1970, Chico participou de programas de
televisão que alcançaram picos de audiência. Nessa década, além da catarata e
dos problemas de pulmões, passou a sofrer de angina. Passou
ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo
para tanto criado uma fundação.
Em 1981, foi
proposto para o Prêmio Nobel da Paz, que não ganhou. Nesse
período, a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido
vertidas em diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas. Ao
final da década de 1990, o médium contava com mais de
quatrocentos títulos de livros psicografados. Nesse período, estimava-se em
aproximadamente cinquenta milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos
quais quinze milhões eram atribuídos a Chico Xavier e doze milhões a Kardec
(SANTOS, 1997:89).
No ano de 1994,
o tablóide estadunidense National
Examiner publicou uma matéria em que, no título, declarava que
"Fantasmas escritores fazem romancista milionário".[11]
A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta revista
Manchete[12],
com o título de Secretário dos Fantasmas, onde se declarava que, segundo
informava a National Examiner, o médium brasileiro ficou milionário,
havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas".
A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a
admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts'
mesmo, em sentido literal", concluindo que Chico simplesmente transcreve
as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados.[13]
O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente Juvanir Borges de Souza,
editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que
informava utilizar os direitos autorais e a remuneração pelas obras de
Francisco Cândido Xavier para uso da caridade, o mesmo se passando com outras
editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente,
visando a tornar o livro espírita bastante acessível e a contribuir, destarte,
para a difusão da Doutrina Espírita".[13]
O mesmo Presidente da FEB, em 4 de
outubro daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial,
apresentou uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium
Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da
FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da Federação Espírita do Estado de
Sergipe. No documento, as entidades representativas do espiritismo no
Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos
trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à
difusão e à prática do espiritismo, à orientação, ao atendimento e à
assistência espiritual e material aos seus semelhantes".[14]
“'Embora
ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar
agora e fazer um novo fim.'” |
— Chico Xavier |
O médium faleceu aos 92 anos de idade, em decorrência de parada
cardiorrespiratória, no dia 30 de junho do ano de 2002, mesma data da morte de Chacrinha.
Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teria pedido a Deus para
morrer em um dia em que os brasileiros estivessem muito felizes e em que o país
estivesse em festa, por isso ninguém ficaria triste com seu passamento. O país
festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol daquele ano, no dia de seu
falecimento (Chico morreu cerca de nove horas depois da partida Brasil x Alemanha).
No ano 2000, Chico foi eleito o mineiro do século XX,
seguido por Santos Dumont e Juscelino Kubitschek, em um concurso realizado
pela Rede
Globo Minas, com 704.030 votos.
Recentemente, iniciou-se na cidade de Uberaba a construção de um Memorial
em sua homenagem.[16]
Atualmente, no programa O Maior Brasileiro de Todos os
Tempos, transmitido pelo SBT, foi eleito, por voto popular, como um dos 12 maiores brasileiros
de todos os tempos. Sendo assim passou para a próxima etapa (02/08/2012), onde
na disputa com Irmã Dulce em uma fase eliminatória, venceu com 50,5%
dos votos. Na semifinal do programa, disputou com Ayrton
Senna, venceu com 63,8% dos votos. Na final do programa, Chico disputou com
Santos
Dumont e Princesa Isabel, sendo eleito, pelo voto popular,
"o maior brasileiro de todos os tempos", com 71,4% dos votos.
Em 2 de abril de 2010, data
Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium
Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito Emmanuel.
Chico Xavier psicografou 451 livros, sendo 39
publicados após a morte.[18]
Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os
espíritos lhe ditavam.[4]
Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.[19]
Vendeu mais de cinquenta milhões de exemplares em português, com traduções em inglês,
espanhol, japonês,
esperanto,
italiano, russo,
romeno,
mandarim, sueco
e braile.
Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famílias.[18]
Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de
caridade desde o primeiro livro.[7][20]
Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora O
Clarim, Edicel, Federação Espírita Brasileira,
Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do
Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão
Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação
Espírita André Luiz, Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União
Espírita Mineira. Mesmo não tendo ensino completo, ele escrevia em torno de
seis livros por ano, dentre eles livros de romances, contos, filosofia, ensaios, apólogos, crônicas, poesias etc. É o
escritor mais lido da América Latina (nota: ano de 2010).
Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas atribuídos a
poetas mortos, dentre eles os portugueses João
de Deus, Antero de Quental e Guerra
Junqueiro e os brasileiros Olavo Bilac,
Cruz e
Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira
vez em 1932.[4]
O livro gerou muita polêmica nos círculos literários da época. O de maior
tiragem foi Nosso Lar, publicado no ano de 1944, atualmente com
mais de dois milhões de cópias vendidas [21],
atribuído ao espírito André Luiz, sendo o primeiro volume da coleção de
dezessete obras, todas psicografadas por Chico Xavier, algumas delas em
parceria com o médico
mineiro Waldo
Vieira.
Uma de suas psicografias mais famosas, e que teve repercussão
mundial, foi a do caso de Goiânia
Durante décadas, Chico produziu cartas psicografadas para pais e mães que o
procuravam para ter notícias de seus filhos no além. Segundo um estudo de 1990
da Associação Médico-Espírita de São Paulo, nomes de parentes apareciam em 93
por cento das cartas e 35 por cento delas tinham assinaturas semelhantes às dos
falecidos. Sempre havia citações que davam impressão de familiaridade aos leitores
a quem eram dirigidas.
A fonte dessas informações sempre esteve sob suspeita. Alega-se que
funcionários do centro espírita conversavam com os presentes antes
das psicografias
e que Chico entrevistava previamente as pessoas que o procuravam em busca de
contato com os espiritos dos mortos[carece de
fontes]. Mesmo assim eram tidas como legítimas pelos
familiares, e chegaram a ser usadas como provas em três julgamentos.
Além das cartas, houve a polêmica com os muitos livros de poesia e prosa que Chico
produziu em nome de espíritos de escritores famosos do Brasil, como Olavo Bilac
e Castro
Alves. Chico só estudou até a quarta série primária, mas era leitor voraz e
tinha uma biblioteca com quinhentos livros de autores diversos[carece de
fontes], inclusive em inglês, francês e hebraico.
Colecionava também cadernos com recortes de textos e poesias, notadamente dos
autores espirituais que o procuravam.
O verdadeiro escândalo veio quando Amauri Pena Xavier, sobrinho de Chico,
disse poder imitar as psicografias dele e acusou o tio de ser um impostor.
Depois, sentindo-se culpado, retirou a acusação.
Durante transes mediúnicos, eletroencefalogramas do médium mostraram que
ele apresentava características comuns da epilepsia,
mas clinicamente Chico Xavier nunca foi epiléptico.[23]
Ver página
anexa: Lista de livros psicografados
por Chico Xavier
Ano |
Obra |
Autor espiritual |
Editora |
Notas |
Vários
autores |
Primeira
obra publicada |
|||
Crônicas
de Além-Túmulo |
FEB |
Primeira
obra pelo espírito Humberto de Campos |
||
FEB |
Primeiro obra pelo espírito Emmanuel |
|||
1938 |
Humberto
de Campos |
FEB |
Tiragem
de 202.000 exemplares |
|
1939 |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 263.000 exemplares |
|
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 435.000 exemplares |
||
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 317.000 exemplares |
||
O
Consolador |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 218.000 exemplares |
|
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 420.000 exemplares |
||
1942 |
Renúncia |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 311.000 exemplares |
FEB |
"Tiragem
de 420.000 exemplares" |
|||
1944 |
André
Luiz |
FEB |
Livro
mais vendido e traduzido para outras línguas |
|
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 440.000 exemplares |
||
1945 |
FEB |
Primeira
obra pelo espírito Irmão X, pseudônimo do espírito Humberto de Campos |
||
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 290.000 exemplares |
||
Volta
Bocage |
FEB |
Livro
psicografado com autoria atribuída ao poeta português, Bocage |
||
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 280.000 exemplares |
||
1948 |
Agenda
Cristã |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 470.000 exemplares |
Voltei |
FEB |
Tiragem
de 204.000 exemplares |
||
1949 |
Caminho,
Verdade e Vida |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 216.000 exemplares |
1949 |
Libertação |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 275.000 exemplares |
Jesus
no Lar |
FEB |
Tiragem
de 290.000 exemplares |
||
1950 |
Pão
Nosso |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 262.000 exemplares |
Vinha
de Luz |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 215.000 exemplares |
|
1952 |
Roteiro |
Emmanuel |
FEB |
|
Ave,
Cristo! |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 210.000 exemplares |
|
Entre a
Terra e o Céu |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 260.000 exemplares |
|
Nos
Domínios da Mediunidade |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 313.000 exemplares |
|
Fonte
Viva |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 248.000 exemplares |
|
Ação e
Reação |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 255.000 exemplares |
|
Pensamento
e Vida |
Emmanuel |
FEB |
|
|
Evolução
em Dois Mundos |
André
Luiz |
FEB |
"Tiragem
de 216.000 exemplares" |
|
Mecanismos
da Mediunidade |
André
Luiz |
FEB |
Primeira
obra em parceria com o médium Waldo Vieira |
|
1960 |
Religião
dos Espíritos |
Emmanuel |
FEB |
|
O
Espírito da Verdade |
diversos espíritos |
FEB |
|
|
Sexo e
Destino |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 262.000 exemplares |
|
E a
Vida Continua… |
André
Luiz |
FEB |
Tiragem
de 314.000 exemplares |
|
Vida e
Sexo |
Emmanuel |
FEB |
Tiragem
de 240.000 exemplares |
|
Sinal
Verde |
André
Luiz |
Comunhão Espírita |
Tiragem
de 473.500 exemplares |
|
Companheiro |
Emmanuel |
Instituto de Difusão |
Tiragem
de 223.000 exemplares |
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Retratos
da Vida |
IDE/CEC |
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Mediunidade
e Sintonia |
Emmanuel |
CEU |
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Queda e
Ascensão da Casa dos Benefícios |
GER |
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Escada
de Luz |
diversos espíritos |
CEU |
Última
obra publicada |