Jessier Quirino
Arquiteto por profissão, poeta por
vocação, matuto por convicção. Apareceu na folhinha no ano de 1954 na cidade de
Campina Grande, Paraíba e é filho adotivo de Itabaiana também na Paraíba, onde
reside desde 1983.
Filho de Antonio Quirino de Melo e
Maria Pompéia de Araújo Melo e irmão mais novo de Lamarck Quirino, Leonam
Quirino, Quirinus Quirino e irmão mais velho Vitória Regina Quirino. Estudou
Na área artística, é autodidata
como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico.
Na área de literatura, não fez nenhum curso e trabalha a prosa, a métrica e a
rima como um mero domador de palavras.
Interessado na causa poética
nordestina persegue fatos e histórias sertanejas com olhos e faro de
rastejador. Autor dos livros: “Paisagem de Interior” (poesia), “Agruras da Lata
D`água” (poesia), “O Chapéu Mau e o Lobinho Vermelho” (infantil), “Prosa
Morena” ( poesia e acompanha um pires de CD ), “Política de Pé de Muro - O
Comitê do Povão” ( legendas e imagens gargalhativas sobre folclore político
popular ), CDs: “Paisagem de Interior 1 e Paisagem de Interior
Preenchendo uma lacuna deixada
pelos grandes menestréis do pensamento popular nordestino, o poeta Jessier
Quirino tem chamado a atenção do público e da crítica, principalmente pela
presença de palco, por uma memória extraordinária e pelo varejo das histórias,
que vão desde a poesia matuta, impregnada de humor, neologismos, sarcasmo, amor
e ódio, até causos, côcos, cantorias músicas, piadas e textos de nordestinidade
apurada.
Dono de um estilo próprio
"domador de palavras" - até discutido em sala de aula - de uma verve
apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta, ao
contrário dos repentistas que se apresentam em duplas, mostra-se sozinho feito
boi de arado e sabe como prender a atenção do distinto público.
Nos espetáculos com fundo musical, apresenta-se acompanhado de músicos de
primeira grandeza, entre os quais, dois filhos, que dão um tom majestoso e
solene ao recital. São eles: Vitor Quirino (violão clássico), André Correia
(violino) e Matheus Quirino (percussão). Os músicos Letinho (violão) e China
(percussão) atuam nos espetáculos mais elaborados.
Apesar de muitos considerá-lo um
humorista, opta pela denominação de poeta, onde procura mostrar o bom humor e a
esperteza do matuto sertanejo, sem, no entanto fugir ao lirismo poético e
literário.
Sobre Jessier, disse o poeta e
ensaísta Alberto da Cunha Melo: "...talvez prevendo uma profunda
transformação no mundo rural, em virtude da força homogeneizadora dos meios de
comunicação e das novas tecnologias, Jessier Quirino, desde seu primeiro livro,
vem fazendo uma espécie de etnografia poética dos valores, hábitos, utensílios
e linguagem do agreste e do sertão nordestinos. ... Sua obra, não tenho dúvidas,
além do valor estético cada dia mais comprovado, vai futuramente servir
como documento e testemunho de um mundo já então engolido pela voragem
tecnológica."
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