As sete leis espirituais do sucesso

 

Autor: Deepak Chopra

Ir para o índice

 

Lei N° 4

 

A lei do mínimo esforço

 

 

     A inteligência da natureza opera pela lei do mínimo esforço... Sem ansiedade, com harmonia e amor.

 

    E, quando utilizamos as forças da harmonia, da alegria, do amor, atraímos sucesso e boa sorte facilmente.

 

 

    O ser integral conhece sem ir, vê sem olhar e realiza sem fazer.

(Lao Tzu)

 

 

 

     A quarta lei espiritual do sucesso é a lei do mínimo esforço. Esta lei se fundamenta no fato de que a inteligência da natureza funciona com tranqüila facilidade e sem nenhuma ansiedade. Este é o princípio da mínima ação, da não resistência. É, portanto, o princípio da harmonia e do amor. Quando aprendemos esta lição da natureza, conseguimos realizar facilmente nossos desejos.

 

     Se você observar a natureza, verá que ela dispende o mínimo de esforço em seu funcionamento. A grama não se esforça para crescer, apenas cresce. O peixe não tenta nadar, apenas nada. As flores não se esforçam para abrir, simplesmente desabrocham. Os pássaros não tentam voar, apenas voam. Essa é a sua natureza intrínseca. A Terra não se esforça para girar sobre o seu eixo. É próprio da sua natureza girar a uma velocidade estonteante e rolar pelo espaço. É da natureza dos bebês o estado de graça. É da natureza do Sol brilhar. É da natureza das estrelas piscar e reluzir. E, é da natureza humana materializar seus sonhos, facilmente, sem nenhum esforço.

 

     No Veda – conjunto de textos sagrados que constituem o fundamento da tradição religiosa e filosófica da Índia – esse princípio é conhecido como o princípio da economia de esforço, ou do “faça menos e realize mais”. Você atinge um estado em que não faz nada e realiza tudo. Isso significa que basta existir a mais leve idéia para que a manifestação dessa idéia aconteça sem nenhum esforço. O que é comumente chamado de “milagre” é, na verdade, uma expressão da lei do mínimo esforço.

 

     A inteligência da natureza funciona sem nenhum esforço ou atrito, espontaneamente. Ela não é linear. É intuitiva; é holística; é alimentadora. E, se você está em harmonia com a natureza, se está assentado no conhecimento do seu verdadeiro EU, pode fazer uso da lei do mínimo esforço.

 

     O mínimo esforço é dispendido quando as suas ações são motivadas pelo amor, porque a natureza se mantém unida pela energia do amor. Quando você busca o poder e o controle sobre as pessoas, está desperdiçando energia. Quando busca o dinheiro e o poder movido pelo egoísmo, desperdiça energia perseguindo uma ilusão de felicidade, em vez de desfrutar a felicidade naquele momento. Quando busca dinheiro somente para uso próprio, interrompe o fluxo de energia em direção a si mesmo e interfere na manifestação da inteligência da natureza. Mas, quando os seus atos são motivados pelo amor, não há perda de energia. Ao contrário, a sua energia de multiplica e acumula. A energia extra que você consegue juntar e desfrutar poderá ser canalizada para qualquer coisa que queira, inclusive para riquezas ilimitadas.

 

     Você pode imaginar o seu corpo como um mecanismo controlador de energia. Ele pode gerar, armazenar e utilizar energia. Se você sabe como gerar, armazenar e utilizar energia de maneira eficiente, pode criar riquezas em quantidade. Mas, quando a sua atenção se volta para o ego, é ele quem vai consumir a maior quantidade de energia. Se o seu ponto de referência interno for o ego, se você buscar poder e controle sobre outras pessoas, ou aprovação dos outros, vai desperdiçar muita energia.

 

     Se essa mesma energia foi liberada, ela será recanalizada e utilizada para criar coisas que você queira. Quando o seu ponto de referência interno é o seu espírito, quando você é imune ao criticismo e não teme nenhum desafio, pode dominar o poder do amor e usar a energia criativamente para a experiência da riqueza e da evolução.

 

     Em “A Arte de Sonhar”, Don Juan diz a Carlos Castañeda:”...muito da nossa energia é usado para sustentar a nossa empáfia... Se conseguíssemos perder um pouco dessa empáfia, duas coisas extraordinárias aconteceriam: Liberaríamos essa energia que tenta preservar a noção ilusória de nossa grandeza e teríamos energia sobrando para vislumbrar a verdadeira grandeza do universo.”

 

     A lei do mínimo esforço possui três componentes básicos, três coisas que você pode fazer para pôr em prática o princípio do “faça pouco e realize muito”. O primeiro componente é a aceitação. Aceitar significa simplesmente assumir o compromisso de aceitar pessoas, situações, circunstâncias e fatos, da maneira como se apresentam. Isto significa entender que este momento é como deve ser, porque todo o universo é como deve ser. Este momento – o que você está vivendo exatamente agora – é o ápice de todos os que você experimentou no passado. Este momento é assim porque todo o universo é assim.

 

     Quando você luta contra este momento, está lutando contra o universo. Em vez disso, você pode por exemplo, hoje, tomar a decisão de não lutar contra o universo, parando de lutar contra este momento. Isto significa aceitar total e completamente este momento, aceitar as coisas como elas são e não como gostaria que fossem. Isto é importante entender. Você pode querer que as coisas sejam diferentes no futuro. Mas, neste momento, tem de aceita-las como são.

 

     Quando você estiver decepcionado ou aborrecido com uma pessoa ou com uma situação, lembre-se de que não está reagindo à pessoa ou à situação, mas sim aos seus sentimentos pela pessoa ou pela situação. Esses sentimentos são seus e o que você está sentindo não é culpa de mais ninguém. Quando você reconhecer e compreender isso completamente, estará pronto para assumir a responsabilidade pelo que está sentindo e mudar o que sente. E, quando conseguir aceitar as coisas como são, estará pronto para assumir a responsabilidade pela situação em que se encontra e por tudo o que considera problemático.

 

     Isso nos leva ao segundo componente da lei do mínimo esforço: A responsabilidade. O que significa responsabilidade ? Responsabilidade é não ficar culpando alguém, ou alguma coisa, pela situação, muito menos a si mesmo. Aceitando a circunstância, o fato, o problema como se apresenta no momento a responsabilidade passa a ser a capacidade de ter uma resposta criativa para aquela situação como ela se apresenta no momento. Todos os problemas contêm em si as sementes da oportunidade. A consciência disso permite a transformar esse momento numa situação ou numa coisa melhor.

 

     Quando você faz isso, todas as situações inoportunas conterão em si uma oportunidade para a criação de algo novo e belo. Todas as pessoas consideradas chatas se transformarão em seus mestres. A realidade é uma interpretação. Se você escolher interpretar a realidade por esse novo ângulo, terá muitos mestres à sua volta e muitas oportunidades para evoluir.

 

     Sempre que se confrontar com um tirano, com um atormentador, com um conselheiro, com um amigo, ou um inimigo (todos eles são a mesma coisa) deve lembrar que aquele momento “é como deve ser”. Todos os relacionamentos que você atrai na vida, em determinados momentos, são exatamente os que você precisa naqueles momentos. Há um significado oculto por trás de todos os fatos. Este significado oculto está a serviço da sua própria evolução.

 

     O terceiro componente da lei do mínimo esforço é a indefensibilidade, que significa assentar a sua percepção na indefensibilidade, ou seja, desarmar o seu espírito, abrir mão da necessidade de convencer e persuadir os outros dos seus pontos de vista. Se você observar as pessoas, verá que elas passam noventa e nove por cento do tempo defendendo os seus pontos de vista. Se você simplesmente desistir da necessidade de defendê-los sempre, ganhará na desistência, acesso a imensas quantidades de energia anteriormente desperdiçadas.

 

     Quando você passa o tempo defendendo as suas posições, culpando os outros, e não aceitando render-se ao momento determinado, a sua vida se transformará num embate de resistências. E, toda vez que encontrar resistência, se tentar forçar a situação, a resistência só aumentará. Certamente você não pretende ser rígido como o carvalho oco que tomba na tempestade. Vai preferir, com certeza, ser flexível como um bambu, que se curva sob a tempestade e sobrevive.

 

     Desista de uma vez por todas de defender intransigentemente os seus pontos de vista. Quando você desiste, evita o surgimento de discussões.. Se agir dessa forma – parar de brigar e de resistir – experimentará plenamente o momento presente, que é uma dádiva.

 

     Certa vez alguém me disse: “O passado é história, o futuro é mistério, o presente é uma dádiva; é por isso que este momento chame presente”.

 

     Se você abraçar o presente, unir-se a ele, fundir-se nele, experimentará o fogo, o brilho, a centelha de êxtase que pulsa em todos os seres sensíveis. Quando você começar a experimentar a exultação do espírito em todas as coisas vivas e à medida que for adquirindo maior intimidade com isso, sentirá o despertar de uma grande alegria interior e abandonará os terríveis fardos e empecilhos da defesa intransigente, do ressentimento e do sofrimento. Só então de sentirá leve, alegre, livre.

 

     Alegre e livre, você sentirá no seu coração, sem a menor sombra de dúvida, que todos os seus sonhos estarão sempre disponíveis, porque os seus desejos vêm da felicidade e não da ansiedade, ou do medo. Não é preciso se justificar. Simplesmente declare a si mesmo a intenção de experimentar satisfação, prazer, alegria, liberdade, autonomia em todos os momentos da sua vida.

 

     Assuma o compromisso de seguir o caminho da não resistência. É o caminho no qual a inteligência da natureza se abre espontaneamente, sem atrito, sem esforço. Quando você reunir a refinada combinação de aceitação, responsabilidade, indefensibilidade, sentirá a vida fluindo com tranqüila facilidade.

 

     E, se você permanecer aberto a todos os pontos de vista – sem se prender rigidamente a nenhum deles – seus sonhos e desejos fluirão com os desejos da natureza. Então você poderá liberar as suas intenções, sem se prender a elas, e esperar pelo momento apropriado para que os seus desejos desabrochem e se transformem em realidade. Pode estar certo de que, na hora certa eles se manifestarão. Esta é lei do mínimo esforço.

 

 

 

 

APLICAÇÃO DA LEI DO MÍNIMO ESFORÇO

 

 

     Você pode colocar a lei da potencialidade pura em ação assumindo o compromisso de dar os seguintes passos:

 

1)     Praticar a aceitação, dizendo: “Hoje aceitarei pessoas, situações, circunstâncias, fatos, como eles se manifestarem”. Saber que o momento é como deve ser, porque todo o universo é assim. Não se voltar contra todo o universo, lutando contra o momento presente. Dizer a si mesmo: “Minha aceitação será total e completa; verei as coisas como são no momento em que ocorrerem e não como eu gostaria que fossem”.

 

2)     Aceitando as coisas como são, assumir a responsabilidade pela sua situação e por todos os fatos que considerar problemáticos. Ter bem claro que assumir a responsabilidade é não culpar alguém, ou alguma coisa, pela sua situação. Saber, também, que todo problema traz em si uma oportunidade e que a consciência das oportunidades vai permitir olhar para o momento problemático e transformá-lo em imenso benefício.

 

3)     Assentar a sua percepção, hoje, na indefensibilidade. Desistir da necessidade de defender os seus pontos de vista e de convencer e persuadir os outros a aceitá-los. Permanecer aberto a todos os pontos de vista e não se prender a nenhum deles.